Integrated Territorial and Urban Conservation
Restoration of Architectonic and Industrial Heritage
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restauro urbano integrado- curso livre -
preâmbulo Apesar de serem cada vez mais numerosos e frequentes, em Portugal, os congressos, as conferências e até a formação pós-graduada sobre o tema da reabilitação urbana, continuamos a constatar erros e falhanços aparentemente incompreensíveis em muitas intervenções recentes realizadas nos nossos centros históricos. São diversas as fragilidades no modo como ainda se aborda esta complexa questão e detectam-se logo na metodologia de análise. É sabido que muitos dos Planos de Pormenor de Centros Históricos são geralmente elaborados por equipas onde nem sequer se incluem especialistas em História do Urbanismo e em Conservação Integrada, tendo como resultado quase inevitável planos pouco (ou mal) fundamentados. Ora, não se conhecendo em detalhe todas as causas históricas de abandono e degradação, rua a rua, não se podem esperar propostas de intervenção garantidamente bem sucedidas. Não se conhecendo o efectivo valor dos centros históricos como conjuntos e a importância da sua arquitectura de carácter vernacular, não se podem esperar propostas de intervenção com critérios adequados. Não havendo capacidade de previsão, baseada nas leis do urbanismo orgânico e na antropologia do espaço, o índice de insucesso nas intervenções acaba por ser forçosamente muito elevado, com óbvios prejuízos a todos os níveis: sociais, económicos, ambientais, patrimoniais, etc. Mais do que reabilitar os edifícios, mais do que intervir avulso em quarteirões e em espaços públicos, é sobretudo necessário recriar e restaurar a lógica dos núcleos urbanos antigos, dentro de um espírito ainda pouco experimentado em Portugal, mas que foi sendo defendido, já há alguns anos, nos International Courses on Integrated Territorial & Urban Conservation, organizados pelo ICCROM. Hoje, é já evidente que a questão dos centros históricos não é um mero problema da Arquitectura, ou até do Planeamento Urbano. Várias áreas do saber são cada vez mais chamadas a contribuir para o estudo dos centros históricos e para as subsequentes estratégias de intervenção e de conservação: a História da Arte, a Antropologia, a Arqueologia Urbana, a Sociologia Urbana, o Turismo, a Mobilidade e a Engenharia de Transportes, a Geografia Urbana, a Conservação e Restauro, a Museologia, a Economia, a Engenharia Civil, a Arquitectura Paisagista, o Design Urbano, a Gestão de Património, o Direito, etc. Ainda assim, o Restauro Urbano Integrado não constitui um mero somatório de saberes. Trata-se de uma área interdisciplinar recente e com fronteiras ainda mal definidas. Neste curso livre de Restauro Urbano Integrado, apresentar-se-á um conjunto de metodologias inovadoras de análise e de novas estratégias de intervenção, tendo como base uma apreciação crítica global sobre os últimos trinta anos de reabilitação urbana em Portugal.
objectivoS do curso
Em suma, ainda que em versão resumida, este é o primeiro curso em Portugal única e exclusivamente dedicado ao tema da Conservação urbana e territorial integrada e às questões interdisciplinares mais relevantes ligadas ao restauro e à conservação sustentável de centros históricos urbanos, entendidos como conjuntos, indo muito para além da arquitectura e do urbanismo.
Destinatários do curso
programa1. Tendências internacionais mais recentes no restauro e conservação de conjuntos históricos urbanos (2 horas) - Razões para a falência dos modelos multidisciplinares de intervenção; - O modelo das Sociedades de Reabilitação Urbana (SRU) e o exemplo pioneiro da SRU Porto Vivo; - Vantagens e fragilidades do modelo das SRUs; - A Conservação Urbana e Territorial Integrada e o carácter interdisciplinar das intervenções; - A questão da formação dos intervenientes na gestão, salvaguarda e valorização dos centros históricos portugueses;
2. A matriz orgânica dos centros históricos portugueses (2 horas) - Lacunas bibliográficas e equívocos sobre história do urbanismo; - Noções essenciais sobre urbanismo orgânico: o planeamento à escala do lote; os percursos e a pressão comercial; a tendência para as formações em triângulo; tipologias de vias estruturantes, de capilares, de trombos urbanos e de espaços de paragem, em função da sua génese; outras tipologias mais comuns de arruamentos e de espaços públicos com carácter orgânico; - Exemplos concretos de análise, em algumas malhas de centros históricos;
3. causas históricas do decaimento dos núcleos Urbanos (2 horas) - Questões de cota; questões de percurso; efeitos de planeamento urbano norteado por valores contrários à organicidade da malha; mudanças sociais ocorridas durante o Romantismo; efeitos do processo de industrialização; escala da expansão urbana e novos valores urbanísticos; impacto do caminho de ferro; impacto da generalização do automóvel; papel do Modernismo na destruição do modelo de tecido urbano; declínio do mundo rural e emergência de novas periferias; etc. - Exemplos concretos de avaliação do grau de decaimento, em função de factores sociais e económicos, em função de intervenções urbanísticas concretas e tendo em conta a implantação territorial de cada núcleo antigo;
4. abordagem patrimonial (3 horas) - Os núcleos urbanos antigos encarados pelo urbanismo do século XX: da intolerância face aos cascos antigos (Alta de Coimbra, Porto - Barredo, Braga medieval, etc.) à emergência de questões patrimoniais; noção isolada de monumento e necessidade de desafogo visual (projectos marcantes em Portugal: Terreiro da Sé do Porto, Vila Real – vila velha, Bragança – cidadela; Guimarães – envolvente do castelo, Beja – envolvente do Convento da Conceição, Aveiro – envolvente do Convento de Jesus, etc.); - As primeiras classificações dos "centros históricos"; projectos de reabilitação emblemáticos do último quartel do século XX, resumo dos seus sucessos e falhanços (Porto, Guimarães, Évora, etc.); - O problema da relatividade dos critérios de intervenção no Património Arquitectónico; - Exemplos de "patrimónios" que se encontram ainda sub-avaliados: arquitectura do século XIX; revestimentos cerâmicos de fachada; soluções vernaculares na arquitectura; cemitérios históricos; arquitectura industrial; outros exemplos de elevada singularidade;
5. novas metodologias de restauro e conservação integrada de núcleos históricos urbanos (7 horas) - Critérios para o restauro à escala do edifício (gradação de valor na arquitectura erudita e na arquitectura vernacular; valorização equivocada de aspectos patrimoniais em detrimento de outros; entre a contemporaneidade, a autenticidade e a imitação do antigo; caprichos de arquitectura, concordância estética e ambiguidades na definição de "arquitectura de qualidade"; o excesso de protagonismo do arquitecto e o seu papel relativamente a outros saberes; presunção de acrescentamento de valor à arquitectura dos centros históricos); - Critérios para o restauro à escala do conjunto (noção do valor das partes; tipos de planos e sua articulação; planos de cores; estratégias de delimitação; o princípio homeopático da "dose mínima"; modelos ideais de gestão e necessidade de monitorização; dos critérios gerais à casuística); - Fundamentação para a elaboração de planos de salvaguarda, reabilitação, revitalização e conservação integrada (importância da história do urbanismo e das leis do urbanismo orgânico); necessidade de desenvolver acções baseadas na capacidade de previsão; - A importância da reabilitação de percursos (recurso aos transportes públicos para recriar percursos, indução pelo pavimento; resolução de cicatrizes urbanas; eliminação de "zonas de ninguém"); - O restauro do intangível - vivências, identidades, memórias; imagens; (factores estéticos e antropológicos); - A questão do turismo e os mitos quanto aos seus impactos negativos; - A recomposição social dos núcleos históricos (a questão da habitação social; novos residentes e gentrificação; segurança; limpeza; vandalismo; etc.); - A questão das alterações ao cadastro e o uso dos logradouros; efeitos nefastos dos modelos habitacionais baseados no arrendamento; questões de sustentabilidade económica e ambiental; - Critérios para a instalação de serviços/equipamentos nos núcleos históricos; o impacto de serviços-âncora e de estabelecimentos de ensino; - Noção de potencial comercial e de potencial turístico; novas/velhas formas de comércio e sua localização preferencial em função do tipo de percurso; comércio ao ar livre e mercados fechados; a questão da cobertura dos eixos comerciais; - O problema do automóvel (convivência com o peão; estacionamento; circulação; cargas e descargas, etc.); - Evolução do espaço público nas cidades portuguesas e estratégias de reabilitação (mobiliário urbano; cabos aéreos; pavimentos e materiais; dissuasores de estacionamento, infra-estruturas; etc.);
6. Exemplos paradigmáticos de intervenções recentes em núcleos históricos urbanos portugueses, seus aspectos mais positivos e/ou mais negativos, com análise e debate de ideias (4 horas*): Viana do Castelo – alguns projectos inseridos no Programa Polis Braga – Campo da Vinha e Campo de Santa Ana Guimarães – algumas acções empreendidas pelo GTL Vila Real – Programa Polis para a vila velha Porto – Avenida da Ponte (projectos), Metro, intervenções junto à Sé Porto – diversos projectos da "Porto 2001" Porto – algumas intervenções no Barredo e na Ribeira em geral Porto – os projectos para o Mercado do Bolhão Porto – Viela do Anjo, "Clérigos Shopping" e outros casos paradigmáticos Vila Nova de Gaia – estratégias para um centro histórico invulgar e análise dos projectos recentes ou em curso ("Cais de Gaia" e centro cultural, condicionamentos de trânsito, teleférico e outros projectos turísticos, instalação de ensino superior, etc.) Ovar – estratégias para um centro histórico sem grandes factores de atractividade turística S. João da Pesqueira e outras formações urbanas do tipo "polvo" – estratégias de intervenção baseadas no reequilíbrio do posicionamento de fulcros de atracção e na reabilitação dos percursos Castelo Rodrigo – análise de algumas soluções de intervenção no espaço público Viseu – antigo mercado Almeida - problemas colocados pelas muralhas abaluartadas e reais efeitos do turismo Alcácer do Sal - equilíbrio entre valorização da frente de rio e reabilitação de percursos comerciais Coimbra – Avenida Central / Metro do Mondego, Pátio da Inquisição, Baixa e praça em frente à Igreja de Santa Cruz Óbidos – estratégias para um centro histórico com forte atractividade turística e sem grande problemas de degradação do edificado Leiria – plano de pormenor do centro histórico, Programa Polis, Loja do Cidadão Castelo de Vide – intervenção no Rossio Marvão – algumas intervenções recentes Portalegre – análise a intervenções do Programa Polis e efeitos da deslocação dos paços do concelho para a antiga fábrica de lanifícios Monsaraz – análise do caso Juromenha – projecto de adaptação turística da fortaleza Beja – muralhas, estacionamento subterrâneo e intervenções em fachadas Casos avulsos em Lisboa, Évora, Aveiro, Santarém, Mértola, etc.
*Nota: o elenco dos casos de estudo a abordar é flexível, podendo sofrer alterações em função dos interesses dos formandos. Alguns destes exemplos não serão tratados à parte no fim do curso, uma vez que diluir-se-ão em vários tópicos ao longo do mesmo.
Formato do curso O curso livre de Restauro Urbano Integrado tem a duração de 20 horas. Contudo, as duas primeiras edições do curso (Lisboa e Porto, 2008) decorreram ao longo de apenas 14 horas, não tendo sido abordado todo o programa mencionado acima. Sendo um curso de apenas 20 horas, trata-se de formação avançada com carácter introdutivo, uma vez que o tema é vasto e complexo, estando previstos cursos de aprofundamento sobre alguns temas mais específicos, nomeadamente sobre Património e Conservação Integrada em territórios rurais e suburbanos.
Alguns dos temas em foco no curso de Restauro Urbano Integrado são abordados neste livro:
Próximas edições do Curso de Restauro Urbano Integrado
LISBOA 18, 19 e 25 de Maio de 2013 | Sábado, Domingo e Sábado, das 10h00 às 18h30 Mais informações em: www.arqcoop.com/restauro-urbano-integrado Este evento no Facebook: www.facebook.com/events/269068299896553/ Na edição deste curso em Lisboa, o valor da inscrição inclui a oferta de um exemplar da obra "Conservação Urbana e Territorial Integrada", de Ana Margarida Portela e Francisco Queiroz (Livros Horizonte, 2009). Esta edição do curso foi validada pela Ordem dos Arquitectos e permite a obtenção de 8 créditos para efeitos da formação obrigatória em temáticas opcionais, complementar ao estágio profissional. Do mesmo modo, o curso foi avaliado pelo InCI, permitindo a obtenção de créditos para a revalidação da licença do exercício das actividades de mediação imobiliária e angariação imobiliária. Organização: ARQCOOP – Cooperativa para a Inserção Profissional em Arquitectura, CRL Para esclarecimentos sobre a realização deste curso em Lisboa, contacte directamente a ARQCOOP.
PORTO Não está calendarizada nenhuma edição
deste curso. A última edição decorreu em Abril de 2013, na FLUP.
Para sua comodidade, caso pretenda ser avisado(a) de futuros cursos na mesma área, envie-nos uma mensagem com o seguinte texto: "Quero ser informado(a) da realização de outros futuros cursos de restauro"
formador: Licenciado, Mestre e Doutor em História da Arte (FLUP). Docente de História do Urbanismo em Portugal no Mestrado Integrado de Arquitectura da ESAP. Investigador do CEPESE (Universidade do Porto) e autor de numerosas publicações científicas. Há vários anos que publica artigos e apresenta comunicações e palestras sobre o tema da Conservação Integrada. É co-autor da obra "Conservação Urbana e Territorial Integrada", publicada pela editora Livros Horizonte, em 2009. Em 2005, leccionou o módulo de restauro urbano do curso livre "Conservação e Restauro de Núcleos Históricos" que se realizou na Faculdade de Letras da Universidade do Porto em Fevereiro de 2005 e foi repetido em Abril desse ano. Em 2006 e 2007, Francisco Queiroz leccionou vários módulos no âmbito dos cursos de formação para activos "Planeamento, Requalificação e Reabilitação de Centros Históricos", "Concepção e Produção de Eventos de Dinamização dos Centros Históricos do Minho-Lima", e "Concepção, Gestão e Animação de Percursos em Centros Históricos" organizados pela "Setepés Formação" para a Adriminho - Associação de Desenvolvimento Rural Integrado do Vale do Minho e para a TECMINHO / Universidade do Minho. Em 2007, Francisco Queiroz leccionou também vários módulos do curso "Azulejaria e ornamentação cerâmica na Arquitectura do Romantismo - História, Técnicas, Conservação e Restauro", organizado pelo Museu Nacional de Soares dos Reis.
Saiba mais sobre o formador...
Francisco Queiroz já leccionou as seguintes edições do curso livre de Restauro Urbano Integrado:
13 e 14 de MArÇo de 2008 - 1ª edição no porto Local: Faculdade de Letras da Universidade do Porto Organização: AEFLUP
5 e 12 de ABRIL de 2008 - 1ª edição em lisboa Local: Edifício-sede do Instituto Português da Juventude (Lisboa) Organização: ARQCOOP
25, 27 e 28 de Fevereiro de 2009 - 2ª edição no porto Local: Faculdade de Letras da Universidade do Porto Organização: AEFLUP
9, 16 e 23 de maio de 2009 - 2ª edição em lisboa Local: Edifício-sede do Instituto Português da Juventude (Lisboa) Organização: ARQCOOP
8, 9 e 10 de abril de 2010 - 3ª edição no porto Local: Faculdade de Letras da Universidade do Porto Organização: AEFLUP
8, 15 e 22 de maio de 2010 - 3ª edição em lisboa Local: IADE Chiado Center (Palácio Quintela - Farrobo) Organização: ARQCOOP
2, 9 e 16 de Abril de 2011 - 4ª edição em Lisboa Local: ARQCOOP Organização: ARQCOOP
14, 21 e 28 de Maio de 2011 - 4ª edição no porto Local: Faculdade de Letras da Universidade do Porto Organização: AEFLUP
Local: ARQCOOP Organização: ARQCOOP
Abril de 2013 - 5ª edição no porto Local: Faculdade de Letras da Universidade do Porto Organização: AEFLUP
estatísticas e opiniões dos formandos sobre as edições do curso de restauro Urbano Integrado já realizadas Como é hábito, dando total transparência aos resultados da nossa actividade na área da formação avançada em Conservação e Restauro, apresentámos em seguida as estatísticas e as opiniões sobre as várias edições deste curso.
estatísticas da primeira edição no porto (Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 13 e 14 de março de 2008) Número máximo de participantes preestabelecido - 45; Total de participantes inscritos - 48 (profissionais e estudantes das áreas da Arquitectura, Arquitectura Paisagista, História da Arte, Arqueologia, Design Urbano e de Equipamento, Conservação e Restauro, Museologia, Gestão do Património Cultural, Antropologia, História e Engenharia) Proveniência dos participantes no curso - Grande Porto, Trás-os-Montes e Alto Douro, Região Centro (interior e litoral), Minho e Ribatejo.
Resumo das opiniões sobre este curso (dadas anonimamente e por escrito):
numa escala de 1 a 20, este curso foi classificado pelos participantes do seguinte modo:
- Quanto à capacidade científica do formador: 17, 18, 17, 17, 17, 15, "é difícil quantificar quando sabe muito mais do que nós", - , 17, 17, 19, 18, 20, 17, 15, 16, 16, 15, 16, 15, 16, 18, 19, 17, 18, 16, 18, 17, 18, 20, 16, 19, 18, 17, 17, 18, 18, 18, 20, 20
- Quanto à capacidade pedagógica do formador: 17, 18, 17, 18, 17, 17, 19, 18, 17, 16, 19, 17, 20, 19, 17, 16, 16, 15, 16, 17, 16, 18, 20, 18, 17, 16, 20, 16, 18, 20, 16, 20, 18, 15, 18, 20, 19, 16, 20, 19
- Quanto ao interesse dos temas e sua utilidade na profissão actual ou futura: 17, 18, 20, 19, 18, 18, 16, 15, 16, 17, 15, 18, 20, 16, 17, 14, 14, 12, 13, 12, 18, 18, 18, 14, 17, 15, 20, 18, 17, 18, 16, 18, 18, 15, 18, 20, 20, 12, 18, 18
- Quanto à relação custo/qualidade: 18, 16, 17, 17, 18, 15, 15, 15, 16, 15, 19, 15, 15, 18, 14, 12, 12, 10, 11, 9, 16, 17, 18, 18, 16, 14, 17, 16, 20, 18, 18, 18, 18, 17, 16, 17, 18, 12, 18, 15
Pontos fortes mencionados pelos participantes: -
"Creio ter sido um curso que acabou com alguns tabus no âmbito da
arquitectura. Aprendeu-se neste curso o que não se dá nas faculdades por
algum receio ou por algum tipo de complexo existente relativo à nossa
cultura nacional, ou mesmo por falta de formação" -
"Actualidade do tema"; "Pertinência do tema"; "a
temática" -
"Temas aprofundados com conhecimento de causa"; "diversidade de
exemplos e conhecimento aprofundado dos mesmos"; "capacidade de análise";
"rigor de análise" -
"Abrangência" -
"Clareza de ideias" (ponto forte que foi referido mais vezes); -
"Originalidade"; "Abertura de espírito, crítica descomprometida
e pela positiva, criatividade de soluções propostas" -
"Perspectiva muito prática e pragmática das situações";
"a maneira de abordar questões essenciais para um correcto método
de trabalho" -
"A capacidade de alguém formado em História da Arte «criar» e
transmitir de forma clara uma nova área do saber" -
"acesso a muita informação interessante e pontos de vista que
servirão como ponto de partida para desenvolvimento pessoal e académico";
"boa quantidade de assuntos e exemplos"; "foi um abrir portas
para um campo em que num futuro próximo será extremamente importante trabalhar
para não se perder a identidade da nossa cultura"; "diversidade
de informação, que liberta o pensamento, não criando modelos rígidos" -
"quantidade de casos de estudo"; "o desenvolvimento dos temas
recorrendo a exemplos/casos reais"; -
"É muito interessante a perspectiva generalizada sobre tudo, colocando
questões por forma a não ficar nada de parte, já no caminho da
união das diversas disciplinas"; "a abordagem geral de vários
temas de interesse"; "Bastante interessante a forma como se aborda e analisa os temas.
Embora algumas partes do curso não se ligassem directamente à
profissão, achei muito interessante a forma de analisar certos problemas,
coerente e justificada. Fiquei muito satisfeita em fazer parte deste
curso." -
"facilidade de comunicação
por parte do formador" (referido mais vezes); "A forma como o orador expõe os temas foi bastante
aliciante e valorosa. Incita ao conhecimento mais profundo dos temas abordados.
Falou de forma muito clara e interventiva, e com uma fortíssima noção
de pedagogia"; "debate entre
os participantes" - "O discurso cativante que gera interesse em continuar a evoluir dentro do tema do curso"; "capacidade de motivação" - "Reforçou as bases teóricas também incentivadas por ciências como a sociologia e antropologia, com exemplos e soluções práticas que se aplicam na arquitectura e urbanismo. Incentiva a uma perspectiva mais real da relação entre a população e a cidade, e não meramente uma perspectiva virtual que apenas se lê no papel através dos projectos". pontos fracos mencionados pelos participantes -
"Falta de apoio escrito"; "não entrega de documentação"
(este ponto fraco foi referido por vários outros participantes - note-se que as
referências bibliográficas e alguns tópicos foram enviados após a
conclusão do curso) -
"Abordagem superficial de alguns temas, condicionada pela escassez de
tempo"; "falta de tempo para debate"; "escassez de tempo
face à diversidade e ao interesse das temáticas" (este ponto fraco
foi referido mais vezes) - "O tema, sendo demasiado vasto propicia à dispersão, o que não permite uma discussão mais profunda dos problemas. Pessoalmente, apostaria em sessões mais especializadas. Encaro este curso como uma introdução ao tema e espero poder ter a oportunidade de desenvolver algumas linhas de trabalho que apresentou. Obrigada." - "falta de legendagem nas imagens mostradas – muitas, felizmente, e de qualidade" - "Demasiada ênfase no comércio" (ponto fraco referido duas vezes) - "Demasiado direccionado para os arquitectos e paisagistas" algumas das sugestões referidas pelos PArticipantes: -
"um terceiro dia de curso (...) estudando um caso prático no
terreno", "visita de estudo (...) no terreno" (esta sugestão
foi referida várias vezes) - "Falar não só de Restauro Urbano das cidades e lembrar que uma parte do país está abandonada, desertificada e pobre e a necessitar de estratégias de intervenção com características e estudos específicos" - "prever espaço/tempo de debate e estabelecimento de conclusões" - "haver um aprofundamento, no sentido de procurar uma resposta às questões deixadas no ar" -
"desconto no livro [Conservação Urbana e
Territorial Integrada]" (esta sugestão foi referida duas
vezes)
Comentário
do formador a estes resultados:
O
elevado valor atribuído a todos os itens (em especial nos aspectos científicos
e pedagógicos), demonstra bem a qualidade do curso, o que é motivo de grande
satisfação, atendendo sobretudo aos seguintes factores: a)
- O facto do tema ser interdisciplinar, tendo o curso sido frequentado por um
conjunto de participantes provenientes de áreas muito diversas. Precisamente
por este facto, não nos surpreendeu que tivessem surgido algumas sugestões
contraditórias quanto ao maior ênfase que poderia ter sido dado a certos
temas. Ainda assim, esperávamos até maior contradição neste aspecto, o
que nos permite deduzir que o curso foi equilibrado nos seus conteúdos, ainda
que mais de 30% do programa previsto não tenha sido abordado – o
que se poderá talvez desculpar pelo facto de ter sido a primeira experiência
de formação avançada e intensiva em Restauro Urbano Integrado que se
realizou em Portugal. b)
- A dificuldade do tema, uma vez que falta pesquisa sistemática em Portugal,
reflectindo-se essa falta na ausência de bibliografia específica em
português, com excepção para o livro Conservação
Urbana e Territorial Integrada, que se encontrava no prelo à época
em que esta primeira edição do curso se realizou. Por conseguinte, não
foi possível disponibilizar qualquer documentação pertinente da
autoria do formador durante a primeira edição deste curso.
c) – Na sequência dos dois pontos anteriores, a não entrega de documentação durante a primeira edição deste curso e o atraso na disponibilização da bibliografia tiveram influência na atribuição de valores menos elevados à relação qualidade-preço do curso por parte de alguns participantes. Note-se que as referências bibliográficas foram enviadas apenas após a conclusão do curso, juntamente com alguns tópicos – tal como foi expressamente solicitado. Como é óbvio, em posteriores edições do curso a lista de bibliografia e os tópicos serão fornecidos durante o decorrer do mesmo. Quanto a documentação, haverá a possibilidade de adquirir o livro Conservação Urbana e Territorial Integrada, no qual se resumem alguns dos temas abordados no curso.
estatísticas da primeira edição em lisboa (lisboa, arqcoop / Instituto português da juventude, 5 e 12 de abril de 2008) Número máximo de participantes preestabelecido - 40; Total de participantes inscritos - 40 (profissionais e estudantes das áreas da Arquitectura, Conservação e Restauro, História da Arte, Geografia e Planeamento do Território, Urbanismo, Arqueologia, História, Engenharia Civil, Arquitectura Paisagista, Sociologia, Património Cultural e Economia) Proveniência dos participantes no curso - Grande Lisboa, Ribatejo, Região Centro, Algarve e Alentejo.
Resumo das opiniões sobre este curso (dadas anonimamente e por escrito):
Nota: em Lisboa, o inquérito feito aos
formandos seguiu um modelo padronizado (da responsabilidade da entidade
organizadora), modelo esse que não se adequava totalmente ao curso de
Restauro Urbano Integrado. Em alguns dos itens, a falta de pontuação
denota bem essa inadequação. Em outros itens, a grande disparidade de
pontuações denota uma interpretação ambígua do significado dos
itens, face à difícil aplicação dos mesmos a este curso em
concreto. Um exemplo pode ser dado com os trabalhos e exercícios, que não
estavam previstos. Alguns formandos colocaram nota negativa neste item como
forma de relatarem a sua não existência, ao passo que outros
interpretaram os exercícios como os casos de estudo, dando nota bastante
positiva ou até mesmo a pontuação máxima.
O mesmo pode ser concluído analisando-se os
resultados no item dos meios audiovisuais: as pontuações foram díspares,
desde o muito bom ao mau, certamente porque alguns formandos avaliaram a sua
quantidade e qualidade e outros formandos avaliaram o facto das condições
da sala não terem permitido que o potencial das imagens fosse devidamente
aproveitado. Por tudo isto, alguns dos resultados em
certos tópicos de maior ambiguidade não podem ser levados em linha de
conta e algumas das pontuações mais baixas não traduzem
propriamente falta de qualidade do curso, mas sim a constatação da ausência
de determinadas abordagens, as quais nem sequer estavam previstas, pelo que não
podem ser consideradas falhas. Ainda assim, este curso teve algumas falhas,
como se pode deduzir pela análise aos resultados e às sugestões e
comentários (infelizmente poucos, porque o inquérito foi feito depois do curso
e um pouco apressadamente).
numa escala de 1 a 5, este curso foi classificado pelos participantes do seguinte modo:
Utilidade
dos temas tratados - 5, 5, 5, 4, 5, 5, 5, 4, 4, 4, 4, 4, 5, 4, 5, 5, 5, 4, 3, 4,
5, 3, 4, 4, 5, 5, 3, 4, 5, 4, 5, 4, 4 Progressos
experimentados na aprendizagem - 5, 4, 4, 4, 5, 4, 3, 3, 4, 4, 3, 4, 5, 3, 4, -,
5, 4, 3, 4, 4, 4, 3, 4, 5, 5, 4, 4, -, 3, 3, 4, 4 Motivação
e participação - 5, 5, 4, 4, 5, 3, 5, 4, 4, 3, 4, 4, 5, 3, 4, 4, 5, 5,
3, 4, 4, 4, 4, 4, 5, 5, 4, 4, 4, 3, 4, 4, 5 Trabalhos
/ Exercícios / Actividades - 3, 2, 3, 3, -, 2, 1, 3, 3, 5, 2, 2, 4, 3, 4, -, 3,
3, 2, 3, 1, 3, 3, 4, 4, 1, 3, 3, 5, 1, 2, 3, 3
Relacionamento
entre participantes - 4, 3, 4, 3, 4, 3, 1, 3, 4, 5, 2, 1, 4, 3, 4, 4, 3, 5, 3,
3, 2, 4, 4, 5, 4, 2, 2, 3, 3, 2, 3, 3, 3 Instalações
- 3, 3, 3, 1, 2, 3, 2, 2, 3, 4, 3, 2, 3, 1, 4, 2, 3, 2, 2, 3, 1, 3, 2, 4, 4, 3,
2, 2, 2, 4, 3, 2, 3 Meios
audiovisuais - 4, 4, 3, 4, 5, 3, 3, 3, 3, 5, 2, 1, 4, 3, 4, 3, 4, 4, 3, 3, 3, 3,
4, 2, 4, 3, 3, 2, 2, 5, 4, 3, 4
Documentação
- 4, 2, 3, 2, 3, 3, 3, 3, 4, 5, 3, 2, 4, 1, 5, -, 4, -, 3, 3, 3, 2, 1, 2, 4, 3,
2, 2, 4, 3, 3, 3, 3 Utilização
dos suportes - 4, 3, 3, -, -, 3, 3, 3, 4, 4, 3, 2, 4, 4, 5, 3, 4, 4, 2, 3, 3, 3,
2, 3, 4, 3, 2, 3, 2, 5, 3, 3, 4
Apoio
técnico-administrativo - 4, 3, 4, 4, -, 3, 3, 4, 4, 5, 3, 3, 4, 3, 5, 4, 4, 2,
2, 3, 4, 3, 3, 3, 4, 4, 2, 3, 4, 4, 3, 4, 4 Apoio
prestado pelos coordenadores - 4, 4, 5, -, -, 4, 3, -, 4, 5, 4, 4, 5, 4, 5, -,
5, 5, 4, 4, 4, 3, 4, 4, 5, 4, 3, 3, 4, 4, 4, 4, 4,
Domínio
do assunto - 5, 5, 5, 4, 5, 4, 5, 5, 4, 5, 4, 5, 5, 5, 5, 5, 5, 5, 4, 4, 5, 4,
4, 4, 4, 5, 5, 4, -, 4, 3, 4, 5 Métodos relativamente aos objectivos - 5, 4, 4, 3, 5, 3, 5, 4, 4, 5, 4, 5, 5, 4, 5, 5, 5, 4, 4, 3, 4, 4, 4, 4, 4, 4, 5, 4, 4, -, 3, 3, 4, 4 Linguagem
utilizada - 5, 5, 5, 4, 5, 3, 5, 5, 4, 5, 4, 5, 5, 5, 5, 5, 5, 4, 4, 4, 5, 3, 4,
4, 4, 5, 5, 4, -, 4, 3, 5, 5 Relacionamento
com os participantes - 5, 5, 5, 4, 5, 3, 5, 4, 4, 5, 5, 5, 5, 5, 5, 5, 5, 5, 4,
4, 4, 3, 4, 4, 4, 5, 5, 4, -, 4, 3, 5, 4 Comentários
e sugestões "Tema interessante do
ponto de vista de diversas áreas. Teria sido proveitoso algum (mais) tempo para
debate" "Temática muito interessante mas
condicionada pelo tempo/duração" "Maior amplitude geográfica" "Mais exemplos práticos, bem ou mal
conseguidos" "Devia ter uma componente mais teórica
para equilibrar com a parte prática (estudo de casos)" "Casos de estudo em discussão
pelos formandos (sem disponibilidade de tempo para esse efeito)" "Melhoria nos meios audiovisuais e do
espaço" "Instalações com ar
condicionado" "Faltou documentação de
apoio" "Necessidade de fornecer mais documentação
e material de apoio/referências" "Bom horário (concentração em
dois sábados)" "Melhor gestão de tempo, de modo
a aprofundar os objectivos de acordo com o público alvo" "Volte sempre, principalmente a Lisboa,
que também é uma cidade interessante, sempre pronta a receber!" "Volte sempre(!) com as suas ideias e
venha connosco visitar Lisboa" "Facilidade de inscrição e
pagamento"
Comentário
do formador a estes resultados: Analisando os resultados quantitativos,
verifica-se que os pontos fortes deste curso foram, por esta ordem: - o domínio do tema por parte do formador - a linguagem franca utilizada pelo formador - a utilidade dos temas - o relacionamento do formador com os
participantes -
a motivação dos formandos ao longo da formação Os pontos fracos do curso foram os seguintes:
- as instalações onde decorreu a
formação (sobretudo o ruído proveniente dos corredores e o excesso de
luminosidade na sala) - os escassos materiais de apoio (tendo em
conta que o tema é relativamente novo - em termos de abordagem interdisciplinar
- e os materiais de apoio da autoria do formador estavam em vias de publicação
quando decorreu o curso, não podendo ser distribuídos livremente aos
formandos) Estes dois pontos fracos poderão ser facilmente resolvidos no futuro, até porque estará já disponível um manual de apoio em formato de livro aquando de futuras edições do curso.
estatísticas da segunda edição no porto (Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 25, 27 e 28 de Fevereiro de 2009) 41 participantes (4 dos quais já tinham frequentado a primeira edição): estudantes universitários, técnicos de autarquias e SRUs, docentes universitários e empresários, das seguintes áreas: Arquitectura, Conservação e Restauro, Gestão de Património Cultural, História da Arte, Engenharia Civil, Construção, História, Arqueologia, Direito, Design e Museologia. Proveniência: norte e centro do país
Apreciação ao curso, com base em 26 inquéritos anónimos preenchidos (escala de 1 a 20)
Comentários
do formador à avaliação Em termos numéricos, o facto de serem inferiores a 15 apenas cinco notas, nos quatro itens em que se pedia a avaliação, demonstra bem que o curso foi ao encontro das expectativas criadas. Face ao mesmo curso ocorrido na Faculdade de Letras da Universidade do Porto em 2008, a apreciação geral foi ainda mais positiva, com médias superiores a 18 em termos científicos e de interesse pessoal ou profissional. Tal facto revela que a passagem de 14 para 20 horas favoreceu o curso e, ainda assim, vários formandos preferiam que houvesse mais tempo. Aliás o principal ponto fraco apontado para o curso foi a falta de tempo para temas tão vastos e complexos, com a inerente tendência à superficialidade em alguns deles. Algumas das sugestões e críticas prendem-se com situações que não dependem do formador, mas sim das condições dadas pela Faculdade e também da organização. Apesar disso, foi tomada em consideração a questão do almoço de grupo para o último dia e outras sugestões, que são interessantes e viáveis numa futura edição. Relativamente à questão do material de apoio, o problema foi o mesmo da primeira edição, sem que fosse possível ultrapassá-lo, devido aos argumentos já apresentados aquando dessa primeira edição, os quais deixarão de constituir problema em próximas edições, uma vez existindo um livro que resume muito do que é referido no curso. Algumas críticas feitas entram em contradição com outras, pelo que não serão tidas em conta, já que revelam o facto do curso ser frequentado por pessoas de áreas muito diversas, com preferências concretas sobre temas e modos de os abordar. Por exemplo: é mencionada a falta de assertividade como ponto fraco, mas também é mencionada a assertividade como ponto forte, o que só deixa subentender que houve um equilíbrio, até porque as menções são escassas. É de realçar também que alguns formandos gostaram dos debates gerados na sala e outros nem tanto, por terem impedido que se abordasse mais casos. É difícil encontrar um ponto de equilíbrio, mas, em geral, o tempo de debate terá sido o adequado a este tipo de formação.
estatísticas da segunda edição em lisboa (lisboa, arqcoop / Instituto português da juventude, 9, 16 e 23 de maio de 2009) Total de participantes inscritos - 38, da região centro e sul do país A principal falha do curso, segundo os formandos, foram as instalações, sobretudo pelo facto das cadeiras não terem tampo e não serem suficientemente confortáveis para formação de dia inteiro. Contudo, alguns formandos não deram muita importância a este detalhe. Relativamente a outros pontos fracos do curso mais vezes mencionados, estes são simultaneamente apontados por outros formandos como pontos fortes, pelo que não poderão ser tomados em linha de conta e reflectirão as experiências pessoais e interesses diversificados dos formandos, provenientes de muitas áreas: desde a Antropologia à Engenharia Civil, passando pela Conservação e Restauro, Arquitectura, Urbanismo e Planeamento, História, História da Arte, Arqueologia, Gestão e Planeamento Turístico e Geografia. Relativamente à necessidade de mais exemplos de Lisboa e da região, é de facto verdade que o curso seria ainda melhor se fosse mais adaptado ao público específico que o frequenta em Lisboa. Porém, comparando a primeira com a segunda edição em Lisboa, diminuíram os exemplos que foram dados do Porto e de Vila Nova de Gaia. Apesar disso, nos inquéritos do primeiro curso a necessidade de haver mais exemplos relativos a Lisboa não foi tão focada. Um dos aspectos que se notou nesta segunda edição em Lisboa e que não foi tão notória na primeira edição realizada na Capital é o desconhecimento da cidade do Porto pela maioria dos formandos, mesmo que - logo no primeiro dia de formação - tenham apontado esta cidade como principal caso de estudo da reabilitação urbana em Portugal, facto que dá que pensar. Como é evidente, não se conhecendo a cidade do Porto e o seu centro histórico, é mais difícil perceber certos fenómenos, o que obriga a maior contextualização. Porém, na escolha final de casos, foram propositadamente eliminados os que diziam respeito ao Porto, de modo a equilibrar a proveniência geográfica dos exemplos mostrados. Apesar de tudo, esse equilíbrio foi quase atingido, pois a diversidade geográfica dos exemplos é apontada por vários formandos como ponto forte do curso. Nesta segunda edição do Curso de Restauro Urbano Integrado em Lisboa, houve quem tenha classificado como mediano o item "respostas às questões colocadas". Porém, também houve quem o tivesse colocado com a pontuação máxima, indicando mesmo que esse foi o principal ponto forte do curso, pelo que não podemos interpretar este aspecto como uma falha. Podemos, sim, concluir que o curso revelou opiniões muito diversas dos formandos sobre certos assuntos e, em algumas alturas, foi necessário refrear a discussão, de modo a que não se fugisse do tema do curso. Também ficou claro que uma visão do caso de Lisboa a partir do exterior, nem sempre é bem aceite, sobretudo se o formador for involuntariamente apanhado nas malhas de uma certa clivagem norte-sul. Apesar de tal clivagem, à partida, não se justificar neste nível e tipo de formação, ficaram patentes as diferenças culturais e o modo diverso de olhar certas questões sociais, como o problema da progressiva "especialização" de bairros da cidade antiga por parte de grupos sociais e étnicos e o modo como estes interagem na cidade. Quanto ao facto de se optar sobretudo pela pedagogia da não repetição do mau exemplo, esta crítica é já recorrente no curso, mas tem vindo a ser feito um esforço por apresentar mais exemplos positivos, o qual só não se notou nesta edição do curso por terem ficado por abordar as pastas que mais os continham. Foi também apontada como ponto fraco a falta de exemplos do problema da arquitectura contemporânea em malhas urbanas antigas. De facto, essa pasta não foi apresentada, por falta de tempo. Para contornar essa falta de tempo, as várias sugestões para uma visita de estudo final e o aumento do número de sessões não são totalmente exequíveis, pelos inconvenientes que isso acarreta em termos de custos, tempo e organização. A solução ideal, dada a multiplicidade de abordagens possíveis, é a especialização de temas em formato próprio, tal como já está previsto relativamente à Conservação Urbana e Territorial Integrada aplicada aos novos subúrbios e ao equilíbrio entre estes e os antigos núcleo rurais. Em média, a segunda edição do curso em Lisboa ficou classificada ligeiramente acima do nível 4 (de 1 a 5) em quase todos os aspectos, excepto ao nível das instalações, em que a média foi o nível 3. Em alguns aspectos, como a relação qualidade/custo, o relacionamento entre formandos, a duração da formação e a participação, houve variação muito grande na opinião dos formandos, mas situando-se geralmente entre o nível 3 e o nível 4. A mesma variação nota-se ao nível da adequação da documentação entregue, o que é de estranhar, tendo em conta que foi distribuído um livro sobre o tema do curso a todos os formandos, facto que é raro em outras formações do mesmo nível. Relativamente aos pontos fortes, foi sobretudo apontado o discurso acessível, interessante e claro, assim como a contextualização histórica, que normalmente não é feita de forma adequada em formações semelhantes. Foram também elogiadas as novas perspectivas dadas, sobre as quais muitos formandos não tinham opinião formada ou até desconheciam de todo, sendo sobretudo notadas as questões do urbanismo orgânico e do potencial comercial. Os muitos exemplos concretos, pertinentes e interessantes, assim como a utilidade do curso para a actividade profissional foram igualmente focados.
estatísticas da terceira edição no porto (Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 8, 9 e 10 de abril de 2010) 36 participantes: estudantes universitários, técnicos de autarquias, investigadores, consultores e outros profissionais, das seguintes áreas: Arquitectura, Conservação e Restauro, Geografia e Planeamento do Território, Construção, História da Arte, História, Arqueologia, Design e Museologia. Proveniência: todo o país (excepto ilhas)
Apreciação ao curso, com base em 32 inquéritos anónimos preenchidos (média das pontuações atribuídas, na escala de 1 a 20)
Comentários do formador à avaliação Face ao mesmo curso ocorrido na Faculdade de Letras da Universidade do Porto em 2009, a apreciação geral foi ligeiramente inferior, em termos de qualidade científica, de qualidade pedagógica e de interesse geral dos temas do curso; embora ligeiramente superior em termos da relação qualidade-preço (apesar se ter mantido o mesmo valor para as inscrições). Por conseguinte, e dado que as variações foram mínimas, concluímos que se manteve o nível global de satisfação com este curso, o qual ultrapassa ligeiramente os 17 valores (em 20 possíveis). Para uma próxima edição, foram tidas em conta algumas das sugestões e críticas, mas não todas (quer por não corresponderem à opinião de uma larga maioria dos formandos, quer por contradizerem mesmo outras opiniões expressas pelos referidos formandos). A diferente escolha de casos de estudo, nas edições do curso de Lisboa e Porto, assim como a autonomização de alguns temas, para posterior tratamento à parte, são exemplos de sugestões que serão seguidas no futuro.
Várias semanas após esta edição do curso, recebemos ainda o seguinte comentário: "Fui seu aluno durante o curso deste ano [2010] na Flup, que me marcou muito em vários sentidos, principalmente no que toca às interpretações das preexistências. Mas o que me leva a enviar este email, é o facto de ter encontrado algures num blog bastante incisivo [http://ssru.wordpress.com/category/nao-patrimonio/] alguns dos exemplos de intervenções apresentados no curso, com a particularidade de estarem identificados por data e autor, arquitectos. Construir a cidade é construir a «polis», e é fazer política, assim sendo, tudo bate certo, a qualidade dos dirigentes (política) e a qualidade dos projectos (cidade)". P. A.
estatísticas da segunda edição em lisboa (lisboa, "IADE CHIADO CENTER" / PALÁCIO QUINTELA-FARROBO, 8, 15 e 22 de maio de 2010) Esta edição do
curso teve 19 participantes efectivos, provenientes das seguintes áreas
profissionais: Arquitectura, Design, Engenharia, História, Gestão Urbanística,
Planeamento Regional e Urbano, Escultura, Ciências da Arte e Património e
Arquitectura Paisagista.
As edições do curso posteriores a 2010 continuaram a ter apreciações muitíssimo positivas e sensivelmente as mesmas críticas e opiniões, pelo que não colocaremos aqui os resultados dos inquéritos.
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