A
pouca bibliografia existente em Portugal sobre artes do ferro debruça-se
somente sobre o ferro forjado, sendo geralmente desactualizada, muito
insipiente e, por vezes, meramente diletante.
Ainda não se publicou nada
verdadeiramente relevante em
Portugal sobre a arte do ferro fundido, exceptuando-se dois ou três trabalhos
sobre estruturas arquitectónicas em ferro - tema que se afasta um pouco da
vertente artística - e alguns artigos por Francisco
Queiroz. O mesmo autor tem
percorrido as várias terras portuguesas, fotografando exemplos de arte do
ferro forjado e, sobretudo, do ferro fundido (grades, portões, varandas,
bandeiras, estátuas, mobiliário urbano oitocentista, etc.), confrontando
essas peças com dados de arquivo.
O objectivo
desta pesquisa é duplo:
-
Por um lado, pretendemos publicar a médio prazo uma obra sobre a “Arte do
ferro fundido em Portugal”, de modo a preencher
uma lacuna grave no panorama editorial português. A arte do ferro
fundido é
bastante plástica, apelativa à vista e ainda relativamente abundante
pelo país (especialmente nas cidades), sem que a generalidade das pessoas repare nela ou possua
informação histórica e técnica para a compreender e avaliar artisticamente.
No livro, em formato de álbum, que se pretende editar, mostrar-se-ão alguns dos melhores exemplos
desta arte em Portugal, com explicações técnicas, artísticas e socioculturais, focando
também a história das várias fábricas no país que produziram as mais
interessantes obras.
-
Por outro lado, pretendemos
aprofundar a história de algumas das principais fábricas no país que produziram as mais
interessantes obras em ferro fundido. Possivelmente, será feita uma edição
sobre a história das principais fábricas portuguesas de fundição do século
XIX, referindo não só as suas principais obras mas também os seus
mentores. Previsivelmente, a primeira parte desta edição será sobre
a Companhia de Artefactos de Metais, cuja pesquisa está praticamente pronta.
Foram, aliás, já publicados pequenos trabalhos sobre a influência
francesa na arte do ferro fundido nos cemitérios portugueses. A médio
prazo serão também publicados dados históricos sobre a Fundição do
Bicalho (do Porto), a Fundição de Massarelos (do Porto), a Fundição
do Ouro (do Porto), a Fundição Colares (de Lisboa) e as várias fundições
de Crestuma (Gaia).
Está
previsto que a consecução deste nosso objectivo passe, em parte, por um
projecto de investigação interdisciplinar, no âmbito do CEPESE, intitulado
"A fundição de ferro em Portugal, 1790-1890" (título
provisório), de modo a:
-
compreender as origens e a consolidação do trabalho em ferro em
Portugal, particularmente na região Norte do País;
-
demonstrar como esta indústria gerou, no século XIX, um importante
desenvolvimento industrial (tecnologia e equipamento industrial) e estético
(arquitectura e mobiliário urbano);
-
conhecer a história das fábricas, dos empresários, e a sua importância ao
nível da produção e do capital (nomeadamente a sua ligação
à indústria do vinho);
-
publicar estudos sobre os mais antigos e mais importantes projectos
industriais deste sector em Portugal.
Para que este projecto de investigação
sobre
a arte do ferro fundido em Portugal e sobre as respectivas fábricas possa
ter o aprofundamento que merece, solicitamos intercâmbio de informações
sobre os seguintes nomes e antigas fábricas:
Companhia de Artefactos
de Metais
Fundição do Rosário
(Fundição da Rua do Rosário)
Fundição da Boa Viagem
Fundição do Bicalho
Fundição do Bolhão
Fundição do Ouro
Fundição da Arrábida
Fundição de Miragaia
Fundição de Monchique
Fundição de Fradelos
Fundição da Vitória
Fundição de Crestuma
(Lugar de Murça)
Fundição de Jerónimo
Pinto de Paiva Freixo
(Crestuma)
Fundição
da Viúva de Rufino José dos Santos (Crestuma)
Fundição
de Massarelos (Massarellos)
Fundição
das Devesas (ou Devezas)
Companhia
Aliança (ou
Companhia Alliança)
Fundição Colares (ou
Fábrica de José Pedro Collares, ou Companhia Perseverança)
Fundição de Pedrouços
Fundição Vulcano
Fundição Phenix
(Fénix)
Companhia Nacional de
Fundições e Forjas
Cooperativa Industrial
Social
Empresa Industrial
Portuguesa
A
Promitente
Fábrica dos Arcos (Crestuma)
Fundição de Tomar
(Fundição Tomarense)
Fundição Vimaranense
(de Almeida)
Fundição da Avenida
(Viana do Castelo)
Fundição do Minho
Fundição
BracarenseFrancisco
Inácio Pereira Rubião
Antoine
Salesse
Pierre
Ranson (ou Pedro Ronson)
David
Hargreaves
José Correia de Faria
Dinis Joaquim Praça
Jerónimo Pinto de Paiva
Freixo
António de Paiva Ranito
António Joaquim Hilário
Joaquim
Augusto de Meireles
João
da Silva Ribeiro (negociante natural de Guimarães e que viveu no Porto)
Joaquim
Pinto Leite (negociante no Porto)
Charles Coverley (Carlos Coverley)
Domingos
de Oliveira Maia (negociante no Porto)
William Hawke
Gaspar da Cunha Lima
Joaquim Carvalho da Assunção
Charles Hargreaves
Luís Ferreira de Sousa
Cruz
Bernardo Francisco de
Oliveira
Wild & Hibbard
Jacques Robert Mesnier (pai
de Raul Mesnier de Ponsard)
Martin & Douglas
Joaquim Baptista Moreira
José Vitorino Damásio
Joaquim Ribeiro de Faria
Guimarães
Teotónio José Xavier
Manuel José das Neves
João Lino Bachelay (ou
Bachelet)
Henry Peters (ou Henrique Peters)
Henrique Oliveira Ramos
Leitão & Brás (Rua
N.ª Sra. da Piedade)
A. C. Encarnação &
Cª (sucessores de J. J. Costa, na Rua dos Correeiros)
Rui de Pina
José Mendes de Castro
António Bernardes
Galinha
José Alves Coimbra
Manuel José da Costa
Soares
Francisco
Cardoso Mota de Quadros (Figueira da Foz)