Integrated Territorial and Urban Conservation
Restoration of Architectonic and Industrial Heritage
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História do urbanismo em portugal Escola Superior Artística do Porto - Mestrado Integrado em Arquitectura, 4º Ano (2009-2012)* * Esta unidade curricular foi depois retirada do currículo do curso. Docente: Prof. Doutor Francisco Queiroz
PROGRAMA RESUMIDO
Objectivos: - Conhecer as diversas tipologias de espaço urbano em Portugal e os principais pressupostos do seu planeamento e evolução orgânica ao longo dos séculos. - Compreender malhas urbanas, sobretudo as de formação orgânica, interpretando as diversas camadas históricas, os pólos de atracção/repulsa, as portas de entrada e vias de penetração, a micro-toponímia e a localização histórica de determinados edifícios/serviços de carácter administrativo, religioso, comercial, etc. - Desenvolver o necessário espírito crítico para avaliar o urbanismo actual e problematizar a cidade do futuro, não contrariando a lógica orgânica urbana, nem destruindo funcionalidades preexistentes (nomeadamente no caso dos centros históricos).
Conteúdos: O programa expositivo centra-se na evolução do fenómeno urbano em Portugal, desde a Baixa Idade Média até meados do Século XIX. Como contraponto, é também abordada sumariamente a estrutura do espaço rural. Os conteúdos aos quais será dado maior ênfase são os seguintes: Baixa Idade Média – influência romana e islâmica no urbanismo medieval português; as bastidas e as "vilas novas"; as leis do urbanismo orgânico e as principais tipologias de arruamentos e de espaços públicos medievais (conceitos de "praça", "rossio", "rua direita", "capilar", "trombo", "arrabalde", "porta", etc.); função aglutinante das igrejas paroquiais e dos conventos mendicantes; principais tipologias arquitectónicas (paços do concelho, pelourinho, açougue, poços/fontes/cisterna, castelo, postigo da traição, barbacã, couraça, mancebia, judiaria, mouraria, lazareto, gafaria, azenhas/moinhos, etc.). Renascimento – as "ruas novas" do Porto e de Lisboa; influência italiana em diversos projectos marcantes de urbanismo em Portugal; as reformas urbanísticas em Braga no período de D. Diogo de Sousa. Barroco e Iluminismo – impacto das disposições tridentinas na renovação de cidades portuguesas; a Rua da Sofia, em Coimbra; problemas urbanísticos colocados pela edificação de novas sés e de colégios jesuítas; formas de sacralização extrema do território; a Baixa Pombalina de Lisboa; o Porto no período almadino; outros projectos iluministas em Portugal e o seu carácter utópico. Romantismo – impacto da extinção das ordens religiosas em Portugal e da emergência de uma nova classe média-alta urbana; dos jardins privados aos jardins públicos; impacto da iluminação pública e de outros fenómenos, como a imprensa diária, a publicidade, as exposições universais, etc.; impacto do caminho de ferro e problemas urbanísticos associados;
História da arquitectura e urbanismo Escola Superior Artística do Porto - Licenciatura em Arquitectura, 3º Ano
Docente: Prof. Doutor Francisco Queiroz
Sumários (2007-2008*) * Em função do Processo de Bolonha, esta disciplina foi desdobrada em várias unidades curriculares, uma das quais a História do Urbanismo em Portugal, cujo programa é referido acima. tema
1: A
origem da civilização urbana
(duas aulas ou menos) Noção de
cidade. Das aldeias neolíticas
às primeiras cidades. A importância dos vales de rios e a cidade na
Mesopotâmia, do período sumério ao período assírio. Exemplos de Ur e Babilónia. O Nilo e a
especificidade da cidade egípcia. Cidade dos deuses, cidade dos vivos e cidade
dos mortos. Diferenciação social pelos materiais e pela arquitectura. O
exemplo de Tel-el-Amarna. Primeiros planos ortogonais e bairros operários.
Khaoun. Algumas noções
sobre as civilizações urbanas do vale do Rio Amarelo e do vale do Indo.
Algumas noções sobre Persépolis, cidade seasonal. Algumas noções
sobre o urbanismo das civilizações pré-colombianas da América Central. Tema
2:
A cidade do mundo grego (duas aulas
ou menos) A cidade minóica e o
labirinto. Cnossos. A cidade micénica (Micenas,
Tirinto e Tróia). A origem da Pólis.
As cidades-estado e a organização social grega. Características da
cidade grega: a acrópole, o ágora, o
templo. A religião e o ócio. Nobilitação do espaço público
como espaço cívico. A cidade ideal em Platão e Aristóteles. O plano de Hipódamo
para Mileto. As cidades de Atenas e Príamo. Os santuário gregos. Planos de
cidades coloniais. A cidade como poder:
da monumentalidade e pompa helenística à Grande Roma. Tema
3: A
cidade do mundo romano (duas aulas) A importância do
ritual etrusco de fundação das cidades. O cardo
maximus e o decumanus maximus. A génese
urbana nos acampamentos militares. Romanização de
povos bárbaros e persistência de formas pré-urbanas indígenas. Os nuraghi
(Sardenha) e os castros (Portugal). Numância (Espanha). O modelo de Roma e as
várias fases de renovação urbana. Os símbolos de poder: do arco do
triunfo ao mausoléu. As cidades romanas de Pompeia, Ostia, Aosta e Timgad. Os
criptopórticos, as pontes, os sistemas de saneamento e de abastecimento de água. A importância das
vias e a concepção do espaço público romano. O fórum
e o templo. Os mercados, as termas, o anfiteatro. Breve análise à
casa de habitação romana e suas derivações. Vestígios do
urbanismo romano em Portugal. A questão da fundação da cidade do
Porto. As cidades de Braga, Chaves, Coimbra, Évora e Santarém. A decadência do
império e a cristianização da cidade. Da catacumba segregada à
basílica como fulcro urbano. Os exemplos de Reims e Milão. Tema
4:
A cidade do mundo medieval (quatro
aulas ou mais) A contracção
da malha urbana de origem romana e as necessidades defensivas. Arles
e Split. A ruralização e feudalização do território. O caso português:
a villa rústica e a fragmentação
da propriedade. Paróquias: lavouras, montados e aglomerados rurais. Influência do
espaço urbano muçulmano na Península Ibérica. Córdoba e Toledo. Cidades da Reconquista. Crescimento urbano
medieval a partir dos séculos XII-XIII. A importância das cruzadas e das
peregrinações. Novas cidades de hospedagem. Puente
de la Reina. A importância dos mosteiros e das feiras. Íntima ligação
espacial entre poder comercial e poder religioso. Novas formas de
aglomeração urbana planeada. As sauvetés
e as bastides. Os castelos e as
muralhas. Tipologias de amuralhamento. Exemplos
de Monflanquin, Carcassone, Monpazier, Beaumont-en-Périgord, Aigues Mortes,
Montagnana e Citadella. O conceito de
"praça" e de "porta" na cidade medieval. Praças de Telc e
Perugia. Vias de penetração na cidade. A importância dos palácios
comunais na definição de um centro cívico e os símbolos de poder
municipal (torres, pelourinhos). As casas-torre. A localização
das igrejas e sua função aglutinadora. A importância do estabelecimento
das ordens mendicantes (exemplos de Módena e Siena). Hierarquização
socio-topográfica das cidades medievais e formas de arrumação dos
mesteres. Os espaços comerciais e o nascimento dos rossios e arrabaldes. Os
problemas de salubridade da urbe medieval. A importância da
micro-toponímia na compreensão do mundo urbano e rural da Idade Média. Exemplos tipológicos
de urbes medievais e sua lógica orgânica. Formações em leque, em
espinha, em anéis e outras tipologias. Cidades de passagem e de chegada. As ruas
direitas. Análise de alguns núcleos
urbanos medievais paradigmáticos: Siena, Pisa, Orvietto, Lucca, Santiago de
Compostela, Berna, Cracóvia, Cesky Crumlov, Castrojeriz, Pécs, Paris,
Salamanca, S. Gimignano, Todi, Assis, Arezzo e Veneza. Análise de exemplos
portugueses: Gaia, Porto, Guimarães, Miranda do Douro, Serpa, Óbidos, Évora,
Trancoso, Castelo Mendo, Nisa, Monsaraz e Marvão. As casas tardimedievais
de Freixo de Espada à Cinta e de Castelo de Vide e o papel da comunidade
judaica na dinamização da vida urbana. Tema
5:
O Renascimento e seus efeitos na cidade
(três aulas) O crescimento económico
das cidades portuárias e a expansão marítima. Primeiros exemplos de
regularização urbana: o Campo de Siena, a Ripa Maris de Génova,
os novos bairros de Veneza e Florença e o recurso ao tridente. Exemplos em
Portugal: as ruas novas em Lisboa e no Porto. Da cidade à
medida do homem à cidade utópica. A recuperação de Vitrúvio nos
tratadistas do urbanismo. Leon Baptista Alberti, Giorgio Vasari, Francesco di
Giorgio Martini, Leonardo Da Vinci, Campanella, António "Filarete",
Andrea Palladio, Albert Dürer, Thomas More, Francisco de Holanda. Nova arquitectura
urbana. A nova praça do Renascimento. Os casos de Pienza, Vigevano e Roma (Praça
do Capitólio). A Praça da República em Beja. Exemplos em Florença, Ferrara,
Urbino e Messina. O Bairro Alto de Lisboa. Braga de D. Diogo de Sousa. Da horta urbana ao
jardim privado. A recuperação da villa romana e o caso da Strada
Nuova de Génova. As inovações
militares e as novas cidades fortificadas. O papel de Vicenzo Scamozzi (cidade
de Palma Nova). Os casos de Ciudad Rodrigo, Valença, Elvas e Almeida. (Fim do primeiro
semestre) Tema
6:
Da cidade barroca à racionalização da cidade europeia
(quatro aulas) Legados do
Renascimento e da ideologia Tridentina: cidades universitárias e cidades
conventuais. O exemplo de Coimbra. Reflexos da centralização
real. O Terreiro do Paço (Lisboa). Madrid, a nova capital e a sua Plaza
Mayor. A Roma papal e as
inovações urbanas. As praças de S. Pedro, do Povo, Navona e de Espanha.
A importância dos obeliscos e dos chafarizes. As ruas com pano de fundo. A renovação
urbana de Paris. As Tulherias. A iniciativa real e as novas praças. A Place
Dauphine, a Pont Neuf e a estátua equestre. A
Place Royale. O exemplo de Nancy. O espaço barroco e a
arquitectura efémera. A festa barroca. Procissões, autos de fé, visitas
e aniversários reais, carnavais, cortejos e touradas. O Campo dos Touros, em
Braga. Simetria e movimento: a Piazza Vigliena em Palermo e a renovação
urbana em Turim. Os novos palácios
reais e a sua relação com a malha urbana. Versalhes. A demonstração
de poder absoluto na cidade e a recuperação dos arcos de triunfo. O iluminismo e os
grandes projectos de reorganização urbana. O racionalismo na concepção
dos espaços. Os novos edifícios públicos. O incêndio de Londres de 1666
e o plano de Cristopher Wren. A reconstrução de Lisboa após o terramoto
de 1755. A formação dos
boulevards em Paris e a rejeição das muralhas. O nascimento do
jardim público. Os Campos Elíseos e a Place de la Concorde. A renovação e
expansão urbana do Porto na época dos Almadas. A Praça da Ribeira, as
Fontainhas e a Cadeia da Relação. A construção do Hospital de
Santo António. A Praça Nova, a Rua de Santo António e o obelisco de Santo
Ildefonso. Vila Real de Santo António
e o poder despótico iluminado. Manique do Intendente. As novas cidades
coloniais americanas. Os exemplos de Buenos Aires e Nova Iorque. O modelo de
Washington. Tema
7:
A cidade da industrialização e do romantismo
(quatro aulas ou mais) A industrialização e o caso inglês. Declínio acelerado da ruralidade. A evolução do espaço rural português oitocentista. O caso das freguesias rurais de Gaia, como arrabaldes do Porto. A busca de cidades abertas e salubres. Fim do carácter polivalente dos rossios e dos adros. O afastamento do mundo dos mortos e a criação de novas necrópoles extra-muros. A noção de progresso urbano e os novos fenómenos de emulação entre cidades. A literatura de viagem e a divulgação de estampas e mapas de cidades. A emergente consciencialização da noção de "monumento" e a arquitectura de memória. As novas praças em Portugal. Da estátua equestre da Praça do Comércio (Lisboa) aos vários monumentos públicos românticos. O gosto pelos parques pitorescos. Do Eliseu ao Père Lachaise. A era das exposições universais e os palácios de cristal. A cidade e o lazer. O fenómeno balnear: a Praia da Granja. Os novos edifícios públicos e a arquitectura do ferro. O utilitarismo do mobiliário urbano oitocentista: quiosques, pavilhões, gares, urinóis, bebedouros, etc. O saneamento, as redes de gás para iluminação, os sistemas anti-incêndio, os números de polícia. A importância das novas vias de comunicação e da generalização da rede de estradas. Os problemas urbanos colocados pelo caminho de ferro e o deslocamento dos centros cívicos. Os casos de Bari, Florença, Castiglione del Lago, Edimburgo, Pádua, Verona e Porto/Gaia. Caracterização de núcleos industriais. O surgimento dos bairros operários. Exemplo do Porto: as ilhas. Análise da expansão urbana em Viena e o Ring. O plano de Cerdá (Barcelona). Haussmann e o rasgar de Paris medieval. Tema
8:
Introdução ao nascimento da cidade contemporânea
(uma aula, caso seja possível) As estruturas em betão
e a construção em altura. Contraste entre a noção de pré-fabricado
e a Arte Nova. Implicações
urbanas do definhamento da indústria de modelos tradicionais. O nascimento do
subúrbio e a terciarização dos centros urbanos. A subjugação ao
automóvel. Tema
9: Exemplos práticos, visita de estudo e discussão sobre os
problemas da cidade actual, sobretudo em relação aos centros históricos
(número de aulas dependente do tempo disponível) A
expansão urbana em Portugal desde a Idade Média até ao século XIX: análise
dos exemplos de Penafiel, Aveiro, Leiria, Portalegre, Faro, Caminha, Matosinhos,
Espinho, Viana do Castelo, Lisboa, Portalegre, Montemor-o-Novo, Coimbra, Viseu,
Chaves, Vila Real, Crato, Elvas, Beja, Leiria, Lamego, Ponte de Lima, Ovar,
Barcelos, Mealhada, Marialva, Pinhel, Monção, Covilhã, Estremoz,
Guarda, Castelo Branco, etc. Da
intolerância pelo antigo à noção de "centro histórico".
O caso do Porto: a Avenida dos Aliados e as demolições na zona da Sé. O
caso da "alta" de Coimbra. Noções actuais de Património
aplicadas à problemática da reabilitação dos cascos históricos:
o Restauro Urbano Integrado. Visita
de estudo ao Porto medieval. Compreensão dos espaços, dos volumes, das
funções urbanas e das camadas históricas in loco. Discussão
sobre os mais recentes projectos de reabilitação e requalificação
urbana em Portugal (nomeadamente, no Porto). Eventual
apresentação de trabalhos práticos dos alunos.
suporte bibliográfico para a disciplina de História da Arquitectura e Urbanismo BIBLIOGRAFIA
de carácter Geral aconselhada (manuais) (**existe
na biblioteca da e.s.a.p.)
outra BIBLIOGRAFIA mais específica
fontes e BIBLIOGRAFIA úteis para os trabalhos práticos
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